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Muitas vezes
temos que assumir falhas e enfrentar dificuldades em várias circunstâncias da
vida e por vários motivos. Isso nos traz sensação de insegurança. Ficamos
perplexos e até não sabemos o que fazer. Há quem fuja de tomar decisão,
compromisso ou responder a convites ou mesmo responsabilizar-se por atitudes ou
falhas, partindo para válvulas de escape.
Surgem daí atitudes irresponsáveis, não se assumindo obrigações de
ofício ou responsabilidades devidas, como o pagamento de dívidas e outras
vicissitudes.
A precaução e
a defesa pessoal são próprias de quem se coloca em proteção de sua pessoa. Mas,
a defesa pessoal deve ser proporcional aos valores vivenciados da ética e da
responsabilidade moral perante os fatos e até os delitos, mesmo não sendo
dolosos. A melhor forma de defesa é a que promove a verdade e a honra pessoal,
que não pode estar sediada na falsidade. Mesmo com o receio da punição, quem
tem altivez moral supera o medo e mostra a grandeza de caráter, sabendo rever-se
para melhorar a própria conduta, com a humildade de assumir o passado com
vontade de acertar melhor o próprio comportamento. Então se convive com mais dignidade em relação aos
outros. Trabalhar para diminuir a pena em relação aos erros não significa
falsear a verdade dos mesmos. Até a ação advocatícia não pode ser a de
inocentar quem é delituoso e sim de
proteger seus direitos e diminuir sua
pena dentro da ética e da lei.
Quem não teme
nem falseia a verdade supera o medo do castigo com a atitude e coerência de se
apresentar como pessoa de bem e de convivência na honestidade. A falta de
penalização promove a delituosidade de modo progressivo. A correção da pena é
pedagógica e necessária, mesmo para pequenos delitos.
Apesar de o
medo ser próprio de quem vive o fator emocional humano, a fé ajuda até o
equilíbrio emocional diante de fatores de risco e insegurança. O profeta
Jeremias lembra que os perseguidores enganosos não terão vez diante de Deus,
que “salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus” (Jeremias20,13). Mesmo
se o ser humano não tem misericórdia, Deus, no entanto, mostra porque veio,
assumindo nossa natureza humana, justamente para nos dar vida nova. Mesmo nas
maiores falhas Ele mostra a necessidade de mudança. Basta assumirmos nossos erros,
querendo colocar todo o esforço para superá-los. Assim Ele está disposto a nos
perdoar. A parábola do filho pródigo é de grande ensinamento sobre isso.
O maior medo
que devemos ter é o de quem possa nos
roubar o que nos leva ao objetivo maior da vida, que é a da salvação eterna.
Mas a vida presente é muito importante para isso. Se quisermos misericórdia,
temos também de ser misericordiosos e lutarmos para superar todo mecanismo de
morte e agressão à vida. Quando damos de nós pela promoção da vida na
convivência humana e com a natureza, superamos qualquer medo, pois ninguém vai
nos roubar ou impedir a vida de doação, que é base para a consecução da vida
eterna prometida por Aquele que ressuscitou dentro os mortos!